“Há muitos vagabundos religiosos no mundo que não querem estar amarrados a coisa alguma. Eles transformaram a graça de Deus em libertinagem pessoal. As grandes almas, entretanto, são aquelas que se aproximam reverentemente de Deus compreendendo que em sua carne não habita bem algum. Não obstante, visto que crêem em Deus, com reverência assumem certos votos sagrados. Esse é o caminho para o poder espiritual. Nunca se Defender e Nunca Aceitar Qualquer Glória são alguns desses votos.”…
Entre os que ocupam o púlpito das igrejas, todas as semanas, há aqueles que fazem uso apenas de habilidades naturais e de treinamento especial… É verdade que quem quer que tenha a habilidade de falar bem pode aprender a fazer uso de frases religiosas e pode tornar-se reconhecido como pregador… Sabemos que alguns sabem assobiar. Outros têm um maravilhoso talento para composição e poesia de improviso. Alguns músicos tocam e cantam com muito talento. Outros são oradores de talento (vamos admitir isto!). Dessa forma, no âmbito da atividade religiosa, muito talento dirige a igreja. Os dons do Espírito não são reconhecidos e usados como Deus pretendia. Muito do que acontece nas atividades e no convívio da igreja também decai para a prática da psicologia. Muitos líderes de igreja dominam muito bem a psicologia. Sabem como tratar as pessoas, e como fazer com que as multidões venham. O funcionamento dessas igrejas as qualifica como sendo surpreendentemente “bem sucedidas”. Parte do seu sucesso depende de pessoas com talento para negócios e parte de pessoas com dons naturais de marketing e de política. Uma congregação cristã pode sobreviver e muitas vezes até mesmo parecer ser próspera na comunidade pelo exercício de talentos humanos e sem qualquer toque do Espírito Santo. Mas não passa de uma atividade religiosa, e as pessoas, tão preciosas, não tomarão conhecimento de nada melhor até aquele grande e terrível dia em que os nossos talentos forem queimados com fogo, apenas permanecendo o que foi forjado pelo Espírito Santo. (A Tragédia da Igreja – Ausência dos Dons)
Sempre e sempre Deus tem de ser o primeiro. O Evangelho em seu contexto (bíblico) põe a glória de Deus em primeiro lugar e a salvação do homem em segundo. Os anjos, vindo das alturas, cantavam: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens a quem Ele quer bem”. Isso coloca a glória de Deus e a benção para a humanidade na ordem certa, como acontece com as palavras iniciais da oração, “Pai nosso que está nos céus, santificado seja o teu nome”. A glória de Deus é, e deve continuar sendo para sempre, o verdadeiro ponto de partida para o cristão. Qualquer coisa que comece em qualquer outro ponto seja o que for não é certamente o cristianismo do Novo Testamento.
A.W.Tozer
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